quarta-feira, 25 de abril de 2012

O interrogatório com delegado Epaminondas

Num belo dia, recebi uma notificação da delegacia para ser interrogada por um episódio que acontecera comigo na madrugada de sexta-feira, 13 de abril de 2012.  Quando cheguei à delegacia para ser interrogada, estava muito assustada com a situação, mãos geladas, rosto e olhar apreensivo, afinal nunca havia me deparado com situação semelhante. Era a primeira vez que estava sendo interrogada por um delegado. O local era sombrio e triste, só havia no pequeno espaço a mesa do escrivão, que registrava tudo quanto era dito, a mesa do delegado, com alguns papéis, e duas cadeiras. Com um aceno o delegado solicitou-me que ocupasse uma das cadeiras e iniciou o interrogatório:
 Epaminondas: Bom dia, senhora Patricia. A senhora foi chamada aqui para colaborar com o esclarecimento sobre a morte de um rapaz que foi encontrado na soleira da porta da sua residência.
 Epaminondas: A que horas a senhora se levantou na madrugada de 13 de abril de 2012?
 Patricia: Bom dia, senhor delegado. Costumo me levantar às seis horas da manhã para ir trabalhar, todos os dias, mas, neste dia, levantei às cinco horas e trinta minutos, pois meu cachorro estava uivando com veracidade.
 Epaminondas: Por que seu cachorro uivava?
 Patricia: A princípio, achei que era por causa de algumas pessoas que passavam na rua. Afinal, naquela noite, tinha ocorrido um baile e o movimento era grande em frente a minha residência.
 Epaminondas: Como você constatou que o homem estava morto na soleira da sua porta?
 Patricia:  Bom, tudo começou assim: me levantei por volta das cinco horas e trinta minutos, quando fazia minha higiene pessoal, ouvi meu cachorro uivando muito agitado, então, resolvi caminhar em direção à porta, destrancá-la e abri-la. Encontrara uma pessoa caída no chão, próxima à porta. Não havia mais ninguém lá fora,  toquei-a com o dedo e constatei que o corpo estava rígido e frio.
 Epaminondas: O que você fez então, quando percebeu que o homem estava morto?
 Patricia: A princípio, fiquei muito assustada e trêmula. Não sabia o que fazer diante daquela situação aterrorizante da minha vida.
 Epaminondas: Por que você ficou tão nervosa se não havia motivos para isso, ou havia?
 Patricia: Senhor delegado, o senhor acha que eu seria capaz de matar aquele homem? Eu, uma simples professora, que não tem coragem de matar se quer uma barata.
 Epaminondas: Olha, não estou dizendo que a senhora é culpada, mas cuidado com suas palavras, elas podem incriminá-la como suspeita do caso. Mas, voltando ao assunto, o que a senhora fez ao ver o homem morto na sua porta?
 Patricia:  Achei que era melhor telefonar rapidamente para a central de polícia, que imeditamente chegou à minha residência e levou o corpo para o IML, a fim de constatar o que havia ocorrido.
 Epaminondas: Foi só isso que a senhora fez naquela noite? Nada mais?
 Patricia: Só isso doutor. Nada mais.
 Epaminondas: Bom, pode ir então. A senhora está liberada por hoje, mas não quero que saia da cidade, afinal ainda podemos chamá-la para fazer mais algumas perguntas.
 Quando sai da delegacia, estava muito assustada, fiquei apavorada com tantas perguntas que o delegado havia feito. Ao chegar em casa, fui lavar todo o local do crime. Tinha muito sangue na soleira da minha porta e o cheiro estava horrível, queria apagar todas as evidências daquele crime ocorrido na sexta-feira treze.

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